Uma das surpresas de nossa viagem foi encontrar casas de farinha ativas em Provetá, pelo que ouvimos, era comum na região as famílias terem suas roças e casas de farinha. Nas roças produziam principalmente mandioca, cana e banana, além de outras verduras, frutas e ervas medicinais. As casas de farinha eram os locais onde transformava-se a mandioca (do tipo aipim, disse Dona Ione, para provar que era boa e não amargava) em farinha, ao gosto das famílias, mais ou menos torradas.
Na casa de Dona Maria e Sr. Tiago podemos ver e aprender os usos de uma casa de farinha ativa, que só não estava sendo produzida por conta da época do ano, que é muito quente, mas como disseram outras senhoras da vila: Não tem nada melhor pra fazer num dia de chuva do que farinha!
Dona Maria fez questão de mostrar todo o processo, seus equipamentos e instalações, abaixo apresentamos algumas fotos deste momento.
Essa peça de pedra circular contém diversas pontas, pequenos espetos, em toda a sua superfície e é ligada à um motor elétrico (antigamente uma manivela) ali se punha a mandioca para ser ralada até a berinha, com a mão. Abaixo ficava uma "canoinha" de madeira onde a mandioca já ralada começava a se separar do líquido.
Este cesto é chamado de Tapiti (ou Tipiti) dentro dele é colocada a mandioca já ralada que já começou a se desprender do líquido. Este tapiti é prensado com ajuda de pedras e uma madeira transversal no local abaixo:
Dona Maria acende o fogo.
Aqui é torrada a mandioca até secar e virar farinha.
Para mexer a farinha.
Essas facas de madeira são o truque final da produção da farinha, é preciso bater e dançar com as facas no ar, com a farinha já seca, para que fique bem fina.
Mostrando o pilão que é novo e ainda não está em uso.
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